CRÓNICAS SALAZARISTAS ENTRE "OS GRANDES PORTUGUESES" - 2º ACTO

Perdi tempo (esse é o termo correcto) a ler alguns dos fóruns d' "OS GRANDES PORTUGUESES" no site da RTP! Como é óbvio, o que mais gostei foi do fórum do Shôr António. Gostei muito de alguns dos argumentos apresentados por alguns notáveis energúmenos carregados de intelectualidade barata a raiar o limiar da promoção das lojas dos Chineses. Num dos relatórios estilo PIDE que lí (era estilo PIDE porque usam muito o "isto não se passou assim"), gostei de um que foi escrito por um moço de 31 anos, pessoa que se poderia falar de "filho da Revolução", mas que afinal mostra que o Aborto é realmente um problema grave em Portugal, uma vez que as mulheres vão abortar e 31 anos depois temos os resultados dessa acção a dizer coisas como estas:

- Vejo-o como um pai da Nação. Alguém que sacrificou a sua imagem em proveito da pedagogia do seu povo, que como uma criança, está sempre disponível a um doce fácil para saciar ímpetos. - Já o Zeca Afonso dizia: "Quando o Pão que comes sabe a merda, o que faz falta? O que faz falta é animar a malta!!!"

- Acusam-no de matar e de trucidar. Não acredito que alguma vez tenha dado aval para nenhum crime. Era católico demais para isso. E se têm dúvidas sobre mortes que lhe acusam, só vos pergunto então porque não matou o Álvaro Cunhal? Ou o Soares? - O Álvaro Cunhal é um ingrato! Férias pagas em Peniche, com vista sobre as Berlengas, e foi-se embora de lá sem dizer "Obrigado"! Uma vergonha... Por isso é que o Shôr António não gostava dele...

- Para os amantes da economia e do dinheiro, que medem nações pelas suas carteiras, todos já parecem reconhecer os “pequenos” milagres que deixou à história económica. Ninguém dava um chavo por nós e pelo nosso futuro quando chegou. Deixou Portugal em forte crescimento, com recursos, obra feita aqui e em além-mar, tudo a todos pago e afinal aqueles valores, que hoje parecem ser as linhas mestres inatingíveis que a Europa nos impõe ele sempre cumpriu. - Alguém diga a este bergesso que UE é um conceito dos anos 90 e não dos anos 50, que Portugal só "conta" para essas contas desde 1990 e que o Estado Novo tinha uma forte receita ao nível do Petróleo, Ouro e Diamantes de Angola e Moçambique.
- Se tivesse saído pela porta grande no fim da 2ª guerra teria todos os louvores e ficaria sem grande controvérsia na História como uns dos maiores governadores que tivemos. Mas Portugal não ficava melhor. Ele sabia. Sacrificou a vida pacata e saudável das Beiras que tanto gostava pela pressão citadina que o oprimia. Timidez da exposição e a segurança confinavam-no a paredes de betão. Não era o que ele queria, mas suportou. - Mais um bocadinho e esteve 48 anos no poder obrigado e contra-vontade... Vai-se a ver e a PIDE ainda lhe disse: "Ou ficas no poder ou pomos-te na estância de férias de Peniche a ouvir o vermelho do Cunhal a citar Marx!". E ele ficou!

- Tentam conotar o regime conservador e católico de Oliveira Salazar com as ideologias revolucionárias, totalitaristas de cariz conquistadoras, bélicas do fascismo e nazismo, esta então com uma componente profundamente racista, mesmo sabendo que em muito diferem. - É verdade. Confirma-se. Aliás o facto de haver Portugueses de 1ª e 2ª Categoria estava só no facto de serem adeptos de clubes da 1ª ou 2ª Divisão. E o facto de haver crianças cuja paternidade era "desconhecida" era só porque o povo português era tão humilde na altura que os homens não se queriam vangloriar por ter como filho um portuguesinho tão bonito!

- Há tempos fiquei a saber que o tema e o nome de Salazar vendem muitos livros. Pode levar a diversas interpretações. Eu guardo a esperança que as pessoas comecem a descobrir o homem íntegro, humilde, nobre, devoto, capaz, astuto, trabalhador e intelectualmente superior. O verdadeiro António de Oliveira Salazar. - Curioso, o Holocausto, o Hitler, o Napoleão, o Lenine e o Staline também vendem livros a potes. Esta é uma das consequências degradantes da Democracia: o facto de termos acesso a informação sobre outras ideologias políticas. Era chato ouvir dizer que o Shôr António era um sacana e não saber porquê.
- Votarei nele por isto (...) - Oh amigo, vote... vote muitas vezes... tantas quanto puder. Aproveite bem enquanto pode. Porque agora pode. Nos tempos áureos do Shôr António não podia, ou pelo menos não poderia certamente fazer uma escolha em consciência.

Só espero que um dia não venha a ter um como ele na frente do país. Pode ser que voltem a pensar que o Ultramar é português, qual China com Taiwan, e façam de sí um sargento da primeira linha de ataque. Aí sim, quero ver se é tão admirador patriótico ou se diz como o personagem do último episódio: "Epá... era um pouco chato... Era mau, prontes..."

"Um povo culto é um povo infeliz"António Oliveira Salazar