24/10/2011

MAN UTD 1-6 MAN CITY

Há momentos que devem ficar para a posteridade. Este é um deles.

18/10/2011

UMA HISTÓRIA DE VIOLÊNCIA? NÃO, UMA HISTÓRIA DE CONFORMISMO...

 

Era uma vez um país, solarengo e de boa gente, comandado por um senhor que em tempos subui ao poder para compôr as coisas, mas que depois tomou-lhe o gosto e espezinhou tudo e todos para lá se manter. Como o ser humano não é eterno, o senhor sucumbiu àquilo que era inevitável: a morte.


Veio um outro para o seu lugar. Algumas pessoas, fartas de ser perseguidas por não poder falar e por não concordarem com o facto de se viver neste país sob um regime de medo, ainda tiveram alguma esperança que a coisa mudasse. Puro engano: este era igual ao outro, a única diferença é que falava na televisão. Então, um grupo de militares organizaram-se e fizeram uma revolução em 1974. Regime deposto, democracia imposta. Pode-se falar, pode-se opinar, pode-se decidir a partir deste dia. Há direito à diferença!


Tempos conturbados se seguiram. A ingenuidade de uma população que viveu 46 anos sob uma ditadura levou-o a fazer as maiores asneiras ao longo de um periodo de 2 ou 3 anos, o que acaba por ser natural. PS e PSD estiveram sempre no poder, ora um, ora outro, ora ambos. Em 1985, com Cavaco Silva no poder, Portugal entra na CEE, que envia dinheiro, a fundo perdido e por empréstimo, durante 10 anos conforme o acordo de adesão para dinamização da agricultura, pescas, industria, serviços, vias e meios de comunicação... O que se fez com esse dinheiro? PUTO! Para onde ele foi? Para os bolsos de chicos-espertos, que cultivaram hectares de terras para receber o dinheiro dos subsídios e depois deixar tudo abandonado, que trocaram tractores, máquinas agricolas e navios de pesca por Range Rovers e carros de Luxo, mantendo os carros de bois, as ceifeiras e as traineiras...
 
Auto-estradas projectadas transformaram-se em IP's construidas. "Até nem foi mal pensado, sempre se poupa para outras coisas e no fundo temos uma estrada nova na mesma" disseram alguns iluminados, esquecendo-se que a "estrada nova" mais não era que a estrada antiga, a velha estrada nacional, mas com uma berma. Essa mesma estrada, única passagem, uns anos mais tarde é convertida para auto-estrada... e põe-se portagens. E assim desaparece a estrada alternativa à auto-estrada que primeiro estava projectada como sendo algo feito de raíz. E com isto tudo, Mota Engil e outras enchem o bolso...


Cavaco cansa-se. "Ah, e tal, coitadinho de mim, que estou cansado de ser Primeiro Ministro." Por pura coincidência, cansa-se quando a CE (ex-CEE) pergunta "ora então, digam-me lá: com os nossos subsídios e financiamentos a fundo perdido, o que é que melhoraram nas vossas industrias, pescas e agricultura?". Cavaquinho responde: "Népia, está tudo igual em termos de quantidade produzida ao ano e as máquinas são as mesmas de há 10 anos atrás... Mas fizémos o Centro Cultural de Belém e estamos a construir a Expo-98!!!" Reabilitada a zona Este de Lisboa, uma lixeira a céu aberto, ficou outro buraco: os custos da obra foram três a quatro vezes superiores ao contratado. E lá andavam as construtoras do costume metidas ao barulho, coitadinhas.


Vai-se o Cavaco, vem o Guterres, sem a "almofada" da maioria absoluta. Os cortes nas quotas europeias (algo que alguém se esqueceu de explicar ao Cavaco, ou que explicaram mas ele esqueceu-se) da agricultura, pecuária e pescas colocam problemas à sua liderança, mas este cala a malta com o Rendimento Mínimo Garantido e, mais importante que tudo, o EURO-2004! AVÉÉÉÉÉ!!!!! 10 Estádios quando eram exigidos oito, sete deles novos em folha, num negócio muito proveitoso... para alguém. Desde serem completamente oferecidos a clubes (o município de Guimarães pagou toda a obra, o Vitória ficou com a escritura) a serem construidos em cidades com muito amôr (ou não) ao clube local (Aveiro, Leiria), passando por casos infelizes (dissolução do futebol profissional do Farense, descida de divisão do Boavista) faz com que se pondere a demolição de vários edifícios com 10 anos que custaram em média 40 milhões de euros ao Estado... cada um. É no Governo de Guterres que se começa a ouvir falar de alguém muito importante nesta história: o Secretário de Estado do Ambiente José Sócrates.


No entanto, Guterres não sobrevive à entrada no 3º milénio. Ainda assim, obrigou a população a retrair-se em termos económicos para Portugal mandar o Escudo para o museu e adoptar o Euro como moeda. Porquê? Porque sim, porque é giro e é fixe, como o Soares! Rapidamente, coisas que custavam 50$00 passaram a custar 0.50€, que na verdade correspondiam a 100$00. Aparece em 2002 Durão Barroso, a primeira Zita Seabra da política portuguesa, que depois arranjou tacho na UE (ex-CE, ex-CEE) como Presidente. Sobe ao poder Pedro Sacana Lopes, perdão, Santana Lopes. Conseguiu com uma maioria absoluta fazer tantas ou tão poucas que o Presidente da República Jorge Sampaio dissolveu a Assembleia e destituiu-o do poder em finais de 2004. Para trás, deixou o segundo Casino do Distrito de Lisboa, na zona da Expo, porque assim temos uma espécie de Las Vegas ibérica, e com a ajuda do amigo Paulinho das Feiras, perdão, Portas comprou três submarinos.


Em Fevereiro de 2005, eis que aparece o Engenheiro que não é Engenheiro, José Só-Traste, perdão, Sócrates. A primeira Zita Seabra invertida (pois este saltou da direita para a esquerda) continuou a obra de todos os outros. TGV, novo Aeroporto em Lisboa, muuuuuuuuuuuuuitas autoestradas... A melhor de todas as obras é o Aeroporto INTERNACIONAL de Beja. Passamos a ser o primeiro país europeu em que um Aeroporto dista 150 km no máximo de outros três (Beja para Lisboa, Faro e Badajoz). Ah, desculpem... Badajoz não é Portugal, têm razão... mas isso não invalida que muitos portugueses vão lá apanhar aviões por terem bilhetes a metade do preço... Continuando, deu computadores a toda a gente, mas ao mesmo tempo permitia a cartelização dos combustíveis, contratava consultores a peso de ouro, colaborou em situações menos claras como o Caso Freeport, nos tempos em que era SE, mas que só agora se começou a saber... e tentou calar, com um regresso ao Antigo Regime no que diz respeito ao controlo sobre a informação na Comunicação Social. Já para não falar nas célebres PPP - Parcerias Público-Privadas - que permitem que grandes grupos vivam à grande nas mais diversas áreas de negócio, desde a saúde até àquela coisa raramente vista mas que agora existe por todo o lado: autoestradas. Para quem diz que qualquer negócio envolve riscos, eu adorava ter um negócio como o das autoestradas: se passarem 200.000 carros por mês, está tudo bem, mas se passarem menos o Estado paga a portagem de cada carro em falta! Assim, vai-se o risco e o Estado faz mais umas duas ou três famílias felizes. Muito felizes mesmo...


Ao longo destes 37 anos, ainda houve Alberto João Jardim a pedir mais e mais dinheiro para obras estapafúrdias e financiamento aos clubes de futebol madeirenses. Como ele, Valentim Loureiro em Gondomar, Isaltino Morais em Oeiras, Fátima Felgueiras em Felgueiras, Adelino Ferreira Torres em Marco de Canavezes, e muitos outros encheram os bolsos à custa de impostos, mais sacrifícios e perdas de direitos. "Coitadinhos, eles roubaram qualquer coisita, mas fizeram obra. Olhe, por exemplo, deram-me esta máquina de lavar roupa e este frigorífico...", diz o povo egoista e ganancioso, todo contente por receber coisas que valem metade do que pagou, como que um docinho para o cão que se portou bem.

Agora, Passos Coelho, o Jotinha que nada mais fez na vida do que ser político (ah, mentira... foi professor durante um ano ou dois...), diz: "Não há dinheiro!" Toda a gente se surpreende!!! "AH!!!! COMO É POSSÍVEL?????"


Simples: leiam a história acima e está explicado porque é que devemos tanto dinheiro e mais ninguém nos empresta um tusto. A culpa é do Passos? Não. Mas ele é o Primeiro Ministro, o homem que realmente gere o país. E então, vais cobrar este dinheiro aos anteriores responsáveis? Vais rever os acordos realizados com as entidades privadas? Vai combater a fraude? Vai chamar à justiça todos os que fizeram uma gestão danosa de dinheiros públicos, sejam eles autarcas, governantes ou meros assessores? Por falar neles, vai cortar nas assessorias e obrigar TODOS os deputados a trabalhar e a justificar o seu ordenado, ao invés de aparecerem na Assembleia da República uma vez por mês para bater palmas e levantar a mão?

Não. Vai acabar com subsidios de Natal e de Férias na função pública, obrigar-nos a trabalhar mais meia-hora completamente à borla, cobrar mais taxas sobre bens de consumo, diminuir as indemnizações para despedimentos... 

Algo tinha de ser feito. Não agora, mas sim há muito tempo. Voltamos agora ao ditadorzeco do princípio, que entretanto foi eleito pelos portugueses como o Maior Português de todos os tempos. Um dia, o Salazar perguntou a um Ministro porque razão determinada pessoa deveria ir para a frente de uma dada entidade pública. 

- Administrador da XPTO? Mas esta empresa não abriu falência?
- Pois, sabe, Sr. Pres. do Conselho, ele teve azar, uns sócios malandros e tal...
- Presidente do C.Adm. da ABC? Isto não está à rasca?
- Pois, foi azar, deixaram de comprar o produto...
- Diga-me, você quer mesmo que eu ponha uma pessoa que carrega tanto azar à frente de um orgão de Estado?

Não acredito no azar de Mário Soares, Pinto Balsemão, Sá Carneiro, Cavaco Silva, do António Guterres, do Durão Barroso, do Santana Lopes, do José Sócrates, do Passos Coelho, do Paulo Portas, e muito menos de todos os mamões de autênticos Coroneis de sanzala que polulam pelas autarquias deste país. Se uns tiveram de resolver as coisas no imediato após uma revolução, principalmente Cavaco Silva e os outros em diante tiveram condições, fundos, ajudas e até uma conjuntura económica que deveria ter-nos garantido saude financeira. Não, preocuparam-se apenas com as aparencias para tapar o podre, a corrupção e a pura gestão danosa. Por tudo isto, eu pergunto:

DE QUE RAIO ESTÃO OS PORTUGUESES À ESPERA PARA ACABAR DE VEZ COM A MAMA DOS QUE ESTIVERAM À FRENTE DESTE PAÍS DURANTE 37 ANOS??? PARA QUANDO O FIM DOS GOVERNOS PS E/OU PSD????