24/03/2010

UM CRETINO É UM CRETINO, MAS E UMA CHAPADA? AINDA É UMA CHAPADA??



O Hulk andou à batatada no túnel do Estádio da Luz, juntamente com o Sapunaru, com alguns Stewards. O CD da Liga achou que os Stewards eram "agentes desportivos de importância fulcral para o desenrolar da actividade desportiva" e PIMBA: 4 meses para um e 6 meses para outro.

O FC Porto recorreu e o CJ da FPF decidiu que o Stewards não são aquela "coisada" toda que alí escrevi para trás, mas sim "público". Como tal, reduziu o castigo dos jogadores para 3 e 4 jogos, respectivamente.

Obviamente, o FC Porto sente-se lesado, e com toda a razão, pois só o Hulk faltou a mais 20 jogos do que aqueles que devia ter faltado, sabe-se lá com que consequências desportivas. Mas agora, vejamos uma coisa interessante:

- Se der uma chapada num jogador, levo 5 jogos.
- Se fôr num treinador, delegado, árbitro, agente da autoridade ou outro agente desportivo em recinto de jogo, são 4 meses.
- Se fôr no público (onde se passaram a incluir os Stewards), são 3 jogos.

Resumindo: eu pago bilhete, sustento o futebol, mas se fôr agredido por um dos gajos a quem pago ordenado, valho menos que m****!

No fundo, uma chapada já não é uma chapada! Tudo depende naquilo em que é dada: se numa pessoa... ou se no público.

Viva o Futebol Português...

PS: e o Vandinho que se lixe, que continua 3 meses no estaleiro, porque deu uma chapada, tal como o Hulk, mas na coisa errada...

18/03/2010

E PORQUE EU NÃO SOU FANÁTICO...



Hoje vou sofrer a bom sofrer.

Às 18:00 é o Glorioso à procura dos quartos de final frente ao Marselha, com pés e cabeça... mas sem mãos (excepto o Júlio César, claro).

Às 20:05, é a vez da Lagartagem dar receita igual àquela que o Atlético levou nas Antas, em Outubro.

E para inspirar esta gente, aqui ficam dois momentos de ouro da história recente destas equipas nas Competições Europeias.

LIVERPOOL - BENFICA



SPORTING - NEWCASTLE


11/03/2010

PORTUGUÊS, O INVENTOR-MÓR!



O Português é reconhecido em todo o mundo como o indivíduo mais inventivo que existe de entre toda a Humanidade. Não é estranho o facto de todos os anos serem os portugueses a ganharem os primeiros prémios e menções honrosas nas feiras mundiais de inventores. Mas se há criatura mais inventiva no Mundo, essa é sem dúvida o Treinador Português de futebol.

Este indivíduo pauta a sua actuação com base numa permissa extraordinária: o factor-supresa. Por norma, em jogos de capital importância, o Treinador Português tira uma carta da manga e coloca-a em jogo, por forma a (lá está) surpreender o adversário. Depois disso, entra o Síndrome do Jornalista Eufórico:
  • se resulta, o homem é um génio;
  • se falha, o homem é uma besta;
O engraçado no meio disto tudo é que estas situações não acontecem nos jogos ditos "normais". Por exemplo, é muito improvável ver o Benfica alinhar com o Sidney a trinco contra o Vitória de Setúbal ou contra o Belenenses. No entanto, no ano passado, entrou em campo assim contra o Sporting...

Obviamente que esta conversa vem no seguimento das 5 batatas que o FC Porto enfardou do Arsenal na passada 3ª feira, onde aconteceu mais um caso típico de "invenção á-la-portuga". Jesualdo Ferreira tinha um jogo decisivo, estava em vantagem mas sem o seu trinco, Fernando. As opções eram:
  • Raul Meireles - Não é tão fixo como o Fernando, pois o seu raio de acção (em virtude de uma excelente cultura táctica) é maior mas também mais desequilibrador da sua defesa, mas tem melhor capacidade de passe e sabe quando pode subir à cabeça da área para desequilibrar;
  • Freddy Guarin - O mais parecido com Fernando É muito impetuoso e nervoso, o que pode destabilizar uma zona que precisa de calma e concentração. Mas cumpre a função e pode ser importante nos lances de bola parada pela sua altura e força.
  • Tomás Costa - Boa opção contra equipas pequenas, pois sobe mais que Meireles e troca rapidamente a bola, mas tem uma visão de jogo curta não propiciando rápidas variações de flanco.
Em suma, duas opções mais estáveis (Meireles e Guarin) e uma que, apesar de mais utilizada, acarreta maiores riscos (Costa). A escolha de Jesualdo, obviamente, não podia ser outra: Nuno André Coelho, central de raiz, com menos de 90 minutos na Taça da Liga, uns minutos na Taça de Portugal, 0 (zero) minutos na Liga, 0 (zero) minutos na Liga dos Campeões.

Factos:
Resultado final: 5-0 para o Arsenal.
Culpa de Nuno André: ZERO.
Organização do meio campo portista na primeira parte: quase nula.
Organização do meio campo portista na segunda parte: perto do normal (até ao 4-0).

É certo que a entrada do Nuno André Coelho não foi benéfica para Raul Meireles e Ruben Micael, pois estes andaram completamente aos papeis, mas o que é certo é que quem efectivamente enterrou o Porto até foi o Fucile, primeiro tirando a bola ao Helton no 1-0 e depois oferecendo uma bola que ia para fora ao Arsenal no 2-0. Mas quem saiu ao intervalo foi o Nuno André Coelho, pondo o carimbo no puto para os adeptos apontarem o dedo.



Mas a maior invenção, para mim, é o facto de o Hulk, jogador castigado até Maio por dar duas pêras nas bochechas de um Steward no Estádio da Luz antes do Natal, que desde aí fez um jogo (com o Arsenal, nas Antas, há 3 semanas), que já antes do castigo se falava que o Porto rendia mais com ele no banco, joga 90 minutos de futebol paupérrimo! Isto sim, é invenção pura e dura!

Se pretendem mostrar que o jogador é uma vítima do sistema e que o castigo é injusto, só tenho a dizer que ainda bem que não sou adepto do Porto: é que hipotecar uma eliminatória europeia na qual se estava em vantagem, vergado a 5-0, por um capricho e graças a uma gerra interna do futebol português, tem de ser muito bem explicada. É que eu, se se passasse no Benfica, certamente não iría compreender...

09/03/2010

COISAS DE PUTOS



A grande maioria das pessoas neste país frequentaram uma escola dos 6 aos 18 anos. Alguns mais uns anos com a faculdade, outros menos uns anos... Mas todos e todas que hoje andam na casa dos 40 podem dizer sem pudôr que no seu tempo havia pessoal que passava as "passas do Algarve" na escola, e que já no tempo dos seus pais era assim. Em todas as turmas, haviam os Porreiros, os Palhacitos, os Grandalhões, os Chicos-espertos, os Envergonhados, os Fracos e os Palermas.

Os Grandalhões e os Chicos-espertos sempre se aproveitaram dos Fracos e dos Palermas, como fornecedores de bens (dos chocolates ao dinheiro) e serviços (trabalhos, copianço e saco de porrada). E sempre tentaram aproveitar-se dos Envergonhados, acabando por dar-se mal com eles no dia em que estes perdem a vergonha e a paciência de uma só vez. Os Palhacitos são os primeiros a aproveitar os Fracos e os Palermas como fonte de inspiração para o seu dom para a comédia. Os Porreiros, apesar de não abusarem dos dois referidos grupos, riem-se das piadas dos Palhacitos e rejeitam a presença dos Fracos e dos Palermas no seu seio em ocasiões mais importantes, como nas equipas de futebol, nas reuniões no bar ao intervalo ou nas festas de aniversário. Sempre foi assim e sempre será.

Porquê? Porque sim.

O Palerma é sempre um palerma. É o(a) burro(a) da turma e diz disparates a toda a hora, ora por burrice, ora na tentativa de se sobressair e tentar dizer "eu também sou dos Porreiros" ou "eu também sou dos Palhacitos".

O Fraco é fraco porque, normalmente, está sozinho. O Fraco não tem um grupo que o proteja. Curiosamente, o Fraco não se une a outros Fracos, o que é um facto fascinante. E o mais fascinante é que um Fraco aqui pode ser num outro ambiente um Porreiro ou um Palhacito... ou pior ainda, um Grandalhão.

O Grandalhão é sempre um energúmeno potencialmente associável. É sempre perigoso, mas os piores de todos são os Grandalhões que em determinado ambiente são os Fracos, pois descarregam as suas frustrações de Fraco nos outros Fracos, com maior grau de refinamento.

Porque é que isto acontece? Porque sim. Porque o ser humano é um animal social que vive em grupo com pessoas com vista à sua própria sobrevivência. Uns impõem-se por questões naturais, outros procuram sobreviver e seguem o resto do rebanho.

É assim desde o princípio da Vida na Terra, seja com o ser humano ou outro qualquer animal social. Por isso, não percebo porque raio existe tanto espanto hoje em dia com esse fenómeno "recém-aparecido" intitulado de BULLYING.

Acordaram tarde. Sim, porque já o Átila era um Bully...