13/03/2011

O POVO SAIU À RUA NUM DIA ASSIM

Dia 12 de Março de 2011. O dia em que o Povo saiu à rua! Um grupo de quatro jovens licenciados desempregados ou em situação precária apelaram à união daqueles que como eles estão em situação de pseudo-trabalhadores independentes, em contratos a prazo sucessivos e noutras situações precárias numa manifestação em Lisboa. A coisa evoluiu para mais nove cidades do país. Estavam previstas 55.000 pessoas na rua espalhadas pelo país, contagem do Facebook, a rede social predilecta para a divulgação da manifestação. Este vosso amigo revolucionário e permanentemente angustiado, obviamente, não podia faltar!

Chegado ao Marquês de Pombal, dez minutos antes da hora marcada para o início da manifestação, o cenário não era desolador mas pouco faltava. Meia dúzia de camaradas revolucionários, pá, espalhados pelos relvados da Rotunda do Marquês não agoirava nada de bom para um acontecimento que se pretendia que tivesse visibilidade e provocasse impacto. Mas revolucionário angustiado que é revolucionário não se deixa afectar pela fraca afluência em prol da revolução! E pouco passava das 15 horas quando me dei conta de alguma movimentação na Av. da Liberdade, tendo subido para um dos pilares junto à via para constatar que o pessoal, afinal, se tinha juntado noutras zonas da cidade e começava entretanto a chegar.

Nem de propósito, desci do pilar e oiço o inconfundível chamado do camarada Neto, sendo o muito conhecido "DÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ-lhe Falâncio, PÁ!" o mote para o início das "hostilidades"! A populaça, comigo incluído lá no meio, invadiu a Rotunda do Marquês e a partir daí, acabou-se o trânsito, até aí aberto!

Em suma, o que começou com 55.000 em todo o país acabou com 200.000 em Lisboa, 80.000 no Porto, 9.000 em Faro e muitos mais espalhados pelas restantes cidades: Viseu, Castelo Branco, Évora e Coimbra.

Vi de tudo: jovens, adultos, velhos, crianças, pobres, menos pobres (ricos não, que esses estão bem)... e representantes da extrema direita, no exemplo que estes movimentos cívicos têm sempre um risco inerente, pois as hienas estão sempre à espreita. Vi representantes de todos os quadrantes laborais, inclusivé um juiz, devidamente trajado, em claro apoio à iniciativa e demonstrando que não são só os licenciados da geração dos 20/30 que estão à rasca. Vi pais e mães com os filhos, ainda crianças ou já "à rasca", porque ao estar a sustentá-los também eles estão à rasca. Mas acima de tudo, vi as pessoas seguirem o conselho dado por todos quantos divulgaram a iniciativa: venham em paz, venham com alegria, porque a luta é alegria.

Desci a Av. da Liberdade, gritando palavras de ordem, dançando, pulando e cantando ao som dos Farra Fanfarra, de um grupo de gaitas de foles, dos Homens da Luta, do Rui Veloso, do Fernando Tordo, dos Blasted Mechanism e do Vitorino. A cantiga é mesmo uma arma, porque a melhor forma de passar mensagem de modo a que fique na cabeça das pessoas é mesmo através da cantiga.

A malta seguiu toda para o Rossio, onde se concluiu a iniciativa com a entrega da folha A4 com as nossas ideias de melhoria para o actual estado da nação. Tive o previlégio de apertar a mão à organizadora do protesto e dar-lhe os parabéns pelo sucesso da iniciativa, para depois, como um bom Homem da Luta, recolher todo o género de propaganda que o pessoal andava a distribuir para posterior análise e terminar a tarde na Ginjinha do Rossio.

Só que o São Pedro, esse revolucionário camarada, pá, vendo que eu e outros cedemos à tentação do capitalismo e da alegria fácil do álcool, pá, toca de dar uma lavagem de água fria às nossas mentes, com uma chuvada daquelas que até os óculos do camarada Falâncio encolheram como se fossem de algodão.

Depois disto tudo, resta-me concluir que o primeiro passo está dado, mas isto não pode acabar aqui. As ideias andam meio dispersas e o aproveitamento político, como as notinhas de 500 euros distribuídas pela JSD, andou à solta naquele sábado. O pessoal tem de abrir a pestana e discutir efectivamente o que quer. Toda a gente sabe o que não quer, mas o que se quer anda meio disperso por diversas iniciativas. Juntar-se tudo para a queda do Governo é um erro, por duas razões:

1- O Governo já caiu, só que ainda não sabe;
2- Neste momento, sai o PS e entra o PSD. Ou seja, sai Porco e entra Leitão, cheira e sabe tudo ao mesmo e ficamos todos a chuchar no dedo porque o bife de vitela está longe na mesma.

É preciso pensar se é esta bipolaridade partidária, que nos trouxe até esta situação que vivemos hoje em dia, ou se está na hora de mudar a sério, de cima a baixo, com um virar de tendências ou até mesmo na criação de uma nova solução partidária para o país.

A discussão segue dentro de momentos... e não se esqueçam que a Luta vai à Europa... se deixarem.

NOTA: graças aos novos tempos que se avizinham, abri uma nova categoria para os meus tópicos, dedicada à luta pela igualdade de direitos e por um Portugal melhor. A etiqueta "Por um GOLO perfeito" ficará apenas dedicada a questões internacionais, enquanto as nacionais serão faladas ao ritmo da luta: "DÁÁÁÁÁ-lhe Falâncio pá"!!


06/03/2011

HOMENS DA LUTA À EUROVISÃO!!!




Dá-lhe Falâncio! Pois é, camaradas, nos próximos tempos muita gente vai falar assim, porque a realidade, camaradas pá, é que o Homens da Luta vão a Dusseldorf defender as cores do país no Festival Eurovisão da Canção, camaradas!

O voto do povo, que é quem mais ordena, camaradas pá, levou os Homens da Luta a uma vitória surpreendente, pois apesar de ser previsivel que o povo, pá, estivesse do lado da Luta, pá, muito importante foi também a boa votação do juri, pá, que deu uma posição a meio da tabela à Luta que se revelou determinante para a vitória, camaradas!



Porque "A Luta é Alegria", já foi prometido pelos camaradas Neto e Falâncio a sua presença na Av. da Liberdade na Manifestação da Geração à Rasca, pá! E eu, camaradas pá, vou lá estar também, pá!