17/06/2018

GRUPO C - PERU 0-1 DINAMARCA - KASPER PÔS PERÚ NAS CUEVAS


O Perú é a minha selecção fetiche para este Mundial, porque normalmente quando se apura é porque tem ao seu dispor uma geração de jogadores especiais. Foi assim nos anos 70, com a geração de Teófilo Cubillas, e é assim hoje, com Edison Flores, André Carrillo, Christian Cueva, Jefferson Farfan e de Paolo Guerrero.

As minhas perspectivas não saíram goradas, pois desde cedo o Perú partiu para cima da Dinamarca, com um futebol desconcertante, cheio de mobilidade e rapidez, mas que pecou durante a maior parte do primeiro tempo por falta de acutilância. Paolo Guerrero ficou no banco, provavelmente por não ter ainda "cabedal" para aguentar 90 minutos depois da inactividade forçada devido ao castigo por doping (além de já ser um senhor de 34 anos), e Jefferson Farfan não estava a conseguir dar peso ao ataque peruano contra as "vigas" da defesa dinamarquesa.

Apesar disso, a pressão do Perú foi enorme e só por volta da meia-hora de jogo a Dinamarca começou a conseguir sair para o meio-campo adversário. Christian Erikson esteve muito apagado o jogo todo e a Dinamarca ressentiu-se disso. O Perú tem então oportunidade soberana para adiantar-se no marcador, já na compensação do primeiro tempo: Cuevas é rasteirado na área e o VAR faz o que lhe compete, avisando o árbitro principal. No entanto, Cuevas intimida-se com o Schmeichel Junior na sua frente e atira a bola para Machu Pichu.

A Dinamarca soltou-se no início da segunda parte, porque estava mais organizada e porque o Perú acusou a oportunidade desperdiçada. O jogo ficou muito mais interessante, mais dividido, e apesar da bola passar mais tempo nos pés dos peruanos, a Dinamarca lançava ataques directos e precisos. Então, o Perú subiu as linhas e procurou reconquistar o domínio no meio-campo e isso foi-lhe fatal, pois descompensou-se a dada altura, permitindo à Dinamarca um contra-ataque em superioridade numérica que isolou Yussuf Polsen, que não falhou frente a Gallese, ao contrário de Cuevas e Farfan na baliza oposta. 1-0 para a equipa mais fria e com mais cabeça em campo.

Paolo Guerrero entrou logo em campo, tal como Ruidiaz, e o Perú sufucou a Dinamarca até ao último minuto. Nesse período, valeu aos dinamarqueses alguma sorte e muito Kasper Schmeichel! O filho do histórico gigante viking fez uma exibição brilhante que deu os 3 pontos à sua selecção! Foi uma mão cheia de defesas que mantiveram a bola fora das redes e desesperava mais e mais os peruanos, que a dada altura pareciam perceber que neste dia a bola não entraria de forma alguma.

 Paolo Guerrero deu de calcanhar e Schmeichel, mesmo em desespero, não lhe chegou... mas passou ao lado.

A Dinamarca vence um jogo contra a corrente, e o Perú saiu de Saransk como a equipa que todos querem ver jogar agora, pois certamente ganhou muitos fãs com a sua exibição. No entanto, a tarefa será dificílima a partir de agora, pois terão pela frente os tanques da Austrália e a favorita França para tentar conquistar pontos suficientes para chegarem aos 16 melhores do Mundial.

Momento "Gabriel Alves"

"Confesso que, apesar do mérito da Dinamarca no golo alcançado, se isto terminar assim para o Perú, eu ficarei um pouco triste", disse Alexandre Santos.

MVP

KASPER SCHMEICHEL
Parecia o pai! Com a direita, com a esquerda, com os pés, Schmeichel defendeu todas as bolas que os peruanos atiraram à sua baliza. Se na primeira parte apenas teve de desviá-las com os olhos, pois a pontaria dos peruanos estava desalinhada, na segunda parte teve mesmo de sujar a camisola a partir do momento em que a artilharia pesada sul-americana entrou em campo, e as bolas deixaram de ir ao lado e passaram a tomar o caminho das redes. Filho de gigante é gigante também!

Sem comentários: