06/02/2007

AS COISAS QUE UMA PESSOA APRENDE

Ontem foi mais um "Prós e Contras" sobre o aborto. E foi bom aprender uma série de coisas que não sabia. Por exemplo:

- que o "Não" vai votar para a não alteração da lei para depois querer mudá-la a seguir.

- que o "Não" não sabe que se votar "Não", a lei não pode sofrer alteração.

- que o "Não" não quer ver as mulheres acusadas de aborto mas que não quer tirar a condição de crime ao acto.

- que o "Não" quer que as mulheres que abortem não sejam expostas a tribunais e que sejam levadas a uma sala de arbitragem que lhes vai dizer: "A senhora foi muito má, fez um abortinho! Ai ai ai ai ai! Pronto, é uma chatice! E agora? Quer ir a tribunal ou andar a dissuadir outras senhoras que também querem EXTERMINAR bebés?"

- que o "Não" tem números que indicam que o aborto legal nos outros países aumentou após a despenalização, mas que acha que isso não estará intimamente ligado à diminuição do aborto cladestino, porque inclusivamente não se sabe quantos abortos clandestinos se fazem.

- que o "Não" acha que o aborto clandestino acaba se as mulheres se dirigirem a uma associação que as considera criminosas mas não as pune, como se de um padre se tratasse. "Mataste, meu filho? Mas isso é pecado capital?? Mas Deus perdoa-te... Agora amanha-te com a polícia, está bem?"

- que o "Não" sabe que há mulheres que fazem abortos com fins de negócio, vendendo depois a materia fetal para laboratórios e investigação (e esta, para mim, foi a grande novidade da noite). Aliás, é de ficar boqueaberto saber que se pode trazer um feto abortado num saquinho de super-mercado para casa para depois vender.

- que há no "Não" pessoas que acham que a actual lei é permissíva demais, pois a maioria dos casos de violação não deviam implicar aborto.

- que o "Não" é o movimento mais moderado da campanha, usando argumentos válidos, ao contrário do "Sim".

- que só o "Não" fez trabalho comunitário e associativo em defesa de mulheres que fizeram abortos e só eles evitaram abortos.

- que o "Não" considera que como não existe na pergunta uma menção a tempo de reflexão, aconselhamento, conversa com médicos e pessoal especializado e informações sobre planeamento planear e contracepção, que os abortos vão ser feitos a pontapé (não na verdadeira acepção da palavra, porque senão mais valia ir aos vãos de escada que sempre são com uma raspadelazita, menos dolorosa certamente que um pontapé bem assente) sem controlo e que as mulheres o farão como quem come um iogurte (lá vem a menção fácil ao BB... por falar nisso, a TVI vai lançar outro, sabiam???).

- que a luta pela dignidade das mulheres e dos seus filhos está muito longe de estar ganha. E que dia 11 pode ser o primeiro passo para essa dignidade... ou não, ou não...

1 comentário:

Melody disse...

Por tudo o que foi dito... NÃO! ao Não.