04/03/2018

SERÁ O FIM DO "EFEITO ÉDER"?!


Durante dois anos, tudo foi maravilha!

Tudo começou com um golo do Éder, que deu o título europeu de futebol!

Depois, foram as medalhas nos Jogos Olímpicos do Rio.

Depois, os turistas a abafarem Lisboa, vindos em cruzeiros, charters, automóveis ou comboios, seja para encher hotéis ou para casas AirBnB que em tempos foram habitadas por velhinhas castiças nos baixos de Alfama e Madragoa.

Depois, veio o FMI dizer que tudo estava no bom caminho depois da crise, depois do Paços Coelho ter dito que não havia outro caminho para a sua resolução, e depois também de ter dito que o novo caminho do Governo apoiado pelas Esquerdas (a famosa "Geringonça") ia falhar porque o Diabo vinha aí... e não veio... e Pedro Passos Coelho foi-se, porque não resistiu a mais uma previsão falhada...

Depois, foi o Salvador Sobral a ganhar a Eurovisão. Este sim é o exemplo claro que os astros estão todos do nosso lado, pois ATÉ GANHÁMOS A EUROVISÃO!

Depois, veio a Standard & Poor's aumentar o rating da nossa dívida, ficando a mesma acima do nível de "Lixo", o que foi mais uma chapada em Pedro Passos Coelho que o mesmo entendeu antes como uma medalha sua.

Depois, foi novamente a bola a dar-nos uma alegria! Portugal ganha o Campeonato da Europa de Futsal, contra a eterna campeã Espanha por 3-2! Parecia uma reedição do Euro 2016, com Ricardinho lesionado a ver o golo da vitória no banco.

E eis que chegam as eliminatórias para o Festival da Canção 2018, de onde sairá a canção de Portugal para o Festival Eurovisão a realizar-se em Lisboa. E estou preocupado...

Estou preocupado, porque tenho medo que os turistas se vão embora, que o Governo meta água, que os mercados achem que está tudo mal e com o Passos Coelho regresse dos mortos políticos!

Houve duas eliminatórias do Festival da Canção. Na primeira, a RTP pede mil desculpas mas enganou-se na contagem, e por isso uma das cantoras que fez a festa teve de meter a viola no saco na secretaria. Na segunda, o Diogo Piçarra ganha com larga vantagem, é aclamado por todos como o maior e o mais lindo, mas descobre que a IURD tem uma música parecida gravada em 1979. Pinta a cara de preto, fica desolado por ter tido a mesma ideia musical de um pastor, e desiste. Mais uma concorrente que chorava baba e ranho no fim da eliminatória em directo é resgatada na secretaria.

Ou seja, receio que com a Eurovisão esteja-se a acabar o efeito Éder. E isso é particularmente chato em ano de Mundial de Futebol. Como se isso não bastasse, 90% das canções do Festival são estilo as do Salvador e da sua irmã Luísa, e isso é por si premonitório do grande e redondo ZERO no Eurofestival, com a justificação de os portugueses terem falta de imaginação, mas de serem originais face aos chineses pois ao menos fazem cópias baratas deles próprios.

Ah, no meu tempo é que isto tinha graça... Com o Paião e o "Playback"... Isso é que eram tempos...

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