17/11/2010

QUEM NOS VIU E QUEM NOS VÊ...



Esta é mesmo à jornalista: acaba-se o jogo e eis aqui o Strik3r a escrever uma crónica. Isto porque, depois de dois jogos de apuramento, nada melhor que um jogo com a Espanha para indagar qual o real valor da Selecção Portuguesa de Futebol.

Portugal vence a Espanha Campeã do Mundo e Campeã da Europa por concludentes 4-0, que seriam 5-0 se Nani não fosse guloso e o fiscal de linha azelha, ambos a roubarem uma obra de arte de Ronaldo. Mas quanto ao CR7, já lá vamos...



A dada altura da transmissão, o Hélder Conduto referiu que Portugal recuperava o prestígio que esteve perdido durante 4 meses. Eu vou mais longe: recuperou o prestígio que esteve perdido durante mais de dois anos. A era Queirós foi, como eu previa, um desastre, porque Queirós é um teórico. Falei de Queirós AQUI, quando julgava o apuramento para o Mundial completamente perdido, por isso não vale a pena falar do passado. Vale sim, a pena, dizer que o curto leque de opções do qual Queirós se queixava deu um enxovalho de bola aos mesmos que há 4 meses nos deram só um seco porque nos fechámos atrás, desculpem a expressão, "borrados" de medo.

Paulo Bento demonstra em três jogos a banalidade de Queirós. Pode-se vir dizer que é um jogo a feijões, que não conta para nada, mas a realidade é que as opções do Paulo Bento mostraram uma selecção que já não víamos há mais de dois anos! Mesmo a Selecção do Euro-2008, com os lapsos de Scolari, tinha ambição, coisa que Queirós nos roubou.

Mas não é só. Paulo Bento foi também buscar ao fundo do baú jogadores que não víamos há muito:
  • João Moutinho - O único que acha que Moutinho não era titular na selecção é Carlos Queirós. Não é de agora, é desde o Euro-2008;
  • Um 10 - Só Queirós não via que o Carlos Martins era, a par do Moutinho, a opção real a Deco antes do Mundial 2010;
  • Um "trinco" - Só havia Pedro Mendes ou a adaptação Pepe. Afinal, o trinco da Selecção até estava no 11: era o Meireles;
  • Hélder Postiga - Com Paulo Bento, o Postiga leva 4 golos em 3 jogos. Hoje, os Pontas de Lança fizeram três golos, e nenhum deles se chamava Cristiano Ronaldo ou Dani, uma invenção triste e desajustada primeiro de Scolari mas principalmente de Carlos Queirós. De repente, o Ponta de Lança já não é uma lacuna... Estranho, no mínimo;
  • Cristiano Ronaldo - O abandono do Figo à Selecção levou-nos dois Bolas-de-Ouro: o próprio Figo e o Ronaldo, que por causa da pressão imposta sobre os seus ombros ou pelo facto de ele próprio se achar o maior desapareceu como jogador da Selecção. Há mais de três anos que não via o Ronaldo jogar como nestes três jogos orientados pelo Paulo Bento. Então hoje, durante 45 minutos, o homem encantou MESMO! Aquele assassínio da sua obra de arte não será suficiente para esquecer aquele monumento ao futebol!


Em conclusão. não somos (nem nada que se pareça) de repente os maiores do mundo, longe disso. Agora a realidade é esta: contra quase a mesma equipa que defrontámos há 4 meses, com quase o mesmo "onze" Campeão do Mundo, Portugal foi ambicioso, roubou-lhes a bola, explorou os seus curtos pontos-fracos e inibiu os seus pontos fortes. O acumular do resultado veio na sequência de um grande jogo, mas independentemente disso, continuo com a minha opinião: até podíamos ter perdido na mesma, mas se tivéssemos tido a mesma atitude nos oitavos de final na África do Sul não me teria custado perder. Essa é a grande diferença da Selecção de Paulo Bento para a Amostra de Carlos Queirós.

1 comentário:

Amor à Camisola disse...

Belo post, Nuno.

Estou de acordo com quase tudo. Queiroz foi mesmo um pesadelo (já tínhamos falado tantas vezes disso ainda ele tinha sido nomado selecccionador há pouco tempo...) - e os jogos com Costa do Marfim, Brasil e Espanha no Mundial foram o cúmulo: medo, medo, medo.

Só há uma coisa que tem que ser notada: esta equipa espanhola tem pouco a ver com a do Mundial, são os mesmos jogadores, mas a motivação foi-se. Claro que Portugal não tem culpa disso, mas é a verdade.

grande abraço, João