07/09/2009

PORTUGAL FOI DE VELA...



Mais uma vez, não cumprimos. Empatámos um jogo que estava completamente ao nosso alcance. No entanto, também digo que a qualificação não ficou comprometida neste jogo, mas sim nos anteriores.

Num jogo em que CQ precisava de ganhar, lá volta a velha táctica do Zero. Sim, jogámos num 4-4-2-0, em que aparecia imensa gente no meio campo, em que os jogadores mais avançados têm experiência profissional como extremos ou apoiantes a um homem de área... e sem um único homem de área.

Pode-se dizer que foi azar aquela bola do Simão na primeira parte, sozinho no meio da área... que foi azar o árbitro não marcar um penalti (que na minha opinião não existe, mas como devo ser o único no mundo a achar o mesmo, dou benefício da dúvida)... que foi azar o Duda ser levezinho e deixar o Brentner ganhar a bola e fuzilar... que foi azar o Eduardo não ser o Schmeichell pois com mais uns centímetros até podia ter defendido essa bola... que foi azar o Liedson não conseguir encostar aquela a 1 metro da baliza... que foi muito azar. Mas como o Domingos Amaral teve oportunidade de escrever no Record, o CQ teve azar na primeira passagem pela Selecção por causa da porcaria, teve azar no Sporting porque o João Pinto fez um hattrick em Alvalade, teve azar na selecção dos EUA porque os moços descobriram que afinal a bola era mesmo redonda e patinaram no apuramento para a Taça da Concacaf, teve azar na África do Sul, teve azar no Real Madrid, e continua com azar na Selecção... Como é que um homem com tanto azar foi posto à frente da Selecção????

Já o disse n vezes: CQ tem um mérito enorme na formação de jogadores, no trabalho com as camadas jovens, na forma como estruturou as selecções para o periodo de ouro do nosso futebol (que entretanto a Federação deixou destruir, e não o Scolari). Tem todo o mérito de estar a reconstruir a partir da primeira pedra essa mesma estrutura que espero eu que venha a dar novas alegrias aos adeptos do futebol. Isso é inegável e o facto de "ter azar" não implica que não perceba nada de futebol.

Aquilo que se passa é um lugar comum: se há jogadores que são craques nos juvenis e juniores que quando chegam a séniores são banalíssimos, também se pode aplicar a mesma bitola a treinadores. E CQ demonstrou mais do que uma vez, em selecções e clubes, que o seu trabalho é excelente com miúdos.

É pena que os meus receios de há pouco mais de um ano atrás se tenham confirmado: voltámos a ser os campeões do mundo do futebol sem balizas.

Sem comentários: