A CULPA DA GUERRA EM ISRAEL É DOS SÓCIOS DO BENFICA!

Hoje de manhã, um daqueles jornais diários distribuídos à borliú tinha a imagem da Condoleezza Rice, a maior antítese do governo conservadôr americano (é mulher e negra), sentada em pose descontraída com o Zé Sótraste ao lado. A razão: um encontro de discussão dos problemas inerentes no Médio Oriente. Tenho de dizer: não gosto dela. Além disso, toda a gente sabe qual é o problema do Médio Oriente: o petróleo e a sede dos EUA em obter o máximo possível a baixos custos, perseguindo tudo e todos aqueles que cheirem a kus-kus e xixa.

Comparo esta perseguição dos EUA aos árabes com a perseguição que os sócios do Benfica fazem ao Nuno Gomes. Os Estados Unidos têm Israel, os benfiquistas têm o Mantorras. Os árabes metem a cabeça de fora, toma lá com um míssil Hellfire nas fuças. O Nuno Gomes é convocado, os sócios fazem uma vaia em uníssono.

Os palestinianos rebentam com umas casas nos territórios ocupados, os americanos indignam-se. Os israelitas fazem o mesmo, e os americanos, por azar, estavam a ver todos o 1274º episódio da "Dinastia". O Nuno Gomes falha um golo, o estádio quase que cai. O Mantorras manda um pontapé na atmosfera, ninguém viu porque ainda discutiam "mas como é possível o NG falhar aquilo?".

Está toda a gente desejosa de ver o Nuno Gomes fora do Benfica, para mais com as contratações de Bergessio e Oscar Cardozo. Só que esquecem-se que um dos grandes problemas do Benfica nos últimos anos foi realmente o facto de não haver opções para o ataque quando o Nuno Gomes ou o Miccolli se lesionavam. O Fonseca nunca se adaptou, o Karadas foi um erro de casting ao estilo do Humberto Bernardo para apresentar "Misses". Agora, quando finalmente o SLB vê o futuro do seu banco côr de rosa (muito graças ao seu equipamento alternativo), os sócios voltam a querer pôr o Fernando Santos a coçar a barba que perdeu ainda nos tempos de treinador do FC Porto, pensando "será que o Beto joga alguma coisa a ponta de lança? Bom, pior não fará certamente!" Como tal, acho muito bem que nem o Fernando Santos nem o Luis Filipe Vieira queiram deixar sair o Nuno Gomes, bem como alguns adeptos que o têm em alta consideração.

O nosso azar é que na política mundial não há um Fernando Santos ou um Luis Filipe Vieira para pôr os "sócios" americanos no lugar deles. Continuam a actuar como os donos do mundo, a derrubar regimes por motivos meramente comerciais sob a etiqueta da famigerada "guerra anti-terrorista" e a chacinar todo o mundo graças à total condescendência dos restantes países e Nações Unidas no caso concreto dos protocolos de Quioto ("ah e tal, porque se a China e outras potências emergentes não assinam, nós também não assinamos, para podermos continuar a ajavardar") e de Gleneagles (reunião do G8 sobre questões climáticas e discussão novamente sobre Quioto).

O problema disto tudo é que ninguém hoje em dia vive sem a Microsoft, a Apple, a Coca-Cola, os iPod, a Pizza Hut, o Planet Hollywood, a Ford e outros que tal, porque se fosse outro qualquer paíseco do mundo já tinha levado com um embargo comercial com pesadas multas há muito tempo...