Esta é mesmo à jornalista: acaba-se o jogo e eis aqui o Strik3r a escrever uma crónica. Isto porque, depois de dois jogos de apuramento, nada melhor que um jogo com a Espanha para indagar qual o real valor da Selecção Portuguesa de Futebol.
Portugal vence a Espanha Campeã do Mundo e Campeã da Europa por concludentes 4-0, que seriam 5-0 se Nani não fosse guloso e o fiscal de linha azelha, ambos a roubarem uma obra de arte de Ronaldo. Mas quanto ao CR7, já lá vamos...
A dada altura da transmissão, o Hélder Conduto referiu que Portugal recuperava o prestígio que esteve perdido durante 4 meses. Eu vou mais longe: recuperou o prestígio que esteve perdido durante mais de dois anos. A era Queirós foi, como eu previa, um desastre, porque Queirós é um teórico. Falei de Queirós AQUI, quando julgava o apuramento para o Mundial completamente perdido, por isso não vale a pena falar do passado. Vale sim, a pena, dizer que o curto leque de opções do qual Queirós se queixava deu um enxovalho de bola aos mesmos que há 4 meses nos deram só um seco porque nos fechámos atrás, desculpem a expressão, "borrados" de medo.
Paulo Bento demonstra em três jogos a banalidade de Queirós. Pode-se vir dizer que é um jogo a feijões, que não conta para nada, mas a realidade é que as opções do Paulo Bento mostraram uma selecção que já não víamos há mais de dois anos! Mesmo a Selecção do Euro-2008, com os lapsos de Scolari, tinha ambição, coisa que Queirós nos roubou.
Mas não é só. Paulo Bento foi também buscar ao fundo do baú jogadores que não víamos há muito:
Em conclusão. não somos (nem nada que se pareça) de repente os maiores do mundo, longe disso. Agora a realidade é esta: contra quase a mesma equipa que defrontámos há 4 meses, com quase o mesmo "onze" Campeão do Mundo, Portugal foi ambicioso, roubou-lhes a bola, explorou os seus curtos pontos-fracos e inibiu os seus pontos fortes. O acumular do resultado veio na sequência de um grande jogo, mas independentemente disso, continuo com a minha opinião: até podíamos ter perdido na mesma, mas se tivéssemos tido a mesma atitude nos oitavos de final na África do Sul não me teria custado perder. Essa é a grande diferença da Selecção de Paulo Bento para a Amostra de Carlos Queirós.
- João Moutinho - O único que acha que Moutinho não era titular na selecção é Carlos Queirós. Não é de agora, é desde o Euro-2008;
- Um 10 - Só Queirós não via que o Carlos Martins era, a par do Moutinho, a opção real a Deco antes do Mundial 2010;
- Um "trinco" - Só havia Pedro Mendes ou a adaptação Pepe. Afinal, o trinco da Selecção até estava no 11: era o Meireles;
- Hélder Postiga - Com Paulo Bento, o Postiga leva 4 golos em 3 jogos. Hoje, os Pontas de Lança fizeram três golos, e nenhum deles se chamava Cristiano Ronaldo ou Dani, uma invenção triste e desajustada primeiro de Scolari mas principalmente de Carlos Queirós. De repente, o Ponta de Lança já não é uma lacuna... Estranho, no mínimo;
- Cristiano Ronaldo - O abandono do Figo à Selecção levou-nos dois Bolas-de-Ouro: o próprio Figo e o Ronaldo, que por causa da pressão imposta sobre os seus ombros ou pelo facto de ele próprio se achar o maior desapareceu como jogador da Selecção. Há mais de três anos que não via o Ronaldo jogar como nestes três jogos orientados pelo Paulo Bento. Então hoje, durante 45 minutos, o homem encantou MESMO! Aquele assassínio da sua obra de arte não será suficiente para esquecer aquele monumento ao futebol!