AQUILO QUE TODOS QUERIAM SABER!

O "Angústia do Avançado no Momento do Penalti" cumpre de forma perfeita a sua função de informação e serviço público ao revelar a informação que todos, sem excepção, desejavam saber e não sabiam: o nome do vulcão que fez parar o tráfego aéreo em toda a Europa durante uma semana é:

EYJAFJALLAJOEKULL

Acima de tudo, informação útil!

MESSI VS PELÉ

O "puto maravilha" do Barcelona, depois de uma exibição digna de um predestinado contra o Arsenal para a Liga dos Campeões (quatro golos de se lhe tirar o chapéu), enfrentou os dois "melhores do mundo" antes dele no clássico de Madrid, nomeadamente o Cristiano Ronaldo e o Kaká (que não jogou por estar lesionado), e fez mais uma vez miséria da equipa do Real.

É claro que logo surge a ideia por parte de alguma imprensa (principalmente argentina e espanhola) de querer colocar este pequeno mago na poltrona maior da hierarquia do futebol. Há que dizê-lo, com toda a honestidade, que o Messi é, PROVAVELMENTE (e reforço bem este "provavelmente"), o melhor jogador deste início de século, seguido de perto por Kaká e Cristiano Ronaldo. Mas o que é certo é que qualquer um destes artistas da bola é muito jovem e a hierarquia pode ser alterada a qualquer momento. Muito dependerá das suas prestações (e das das suas selecções) em Mundiais, da performance futura das suas equipas na Champions League e de como irão gerir a sua carreira nos próximos 10 anos.

Considero que ainda é cedo para qualquer um deles ser equiparado a qualquer um dos monstros sagrados do futebol mundial, como Pelé, Maradona, Cruiff, Platini, Zidane, Figo ou Eusébio (para mim, o Figo ultrapassou o Eusébio, mas é opinião pessoal). No entanto, também acho que o argumento usado pelo Pelé em defesa do seu estatuto é completamente absurdo!

"Quando o Messi marcar 1000 golos é que pensarei em comentar o seu estatuto face ao meu".

Tendo em conta os tempos em que Pelé jogou, do futebol a 20 à hora e em que o desnível das equipas de ponta para as equipas que lutavam pela permanência num campeonato era de cabazadas de 5 a 8 golos de diferença por jogo, verificamos que o argumento apresentado é muito falível.

Cada vez mais o Romário tem razão: "O Pelé quando está calado é um poeta."

SEM PALAVRAS...

Para ouvir e pensar... porque raio não há gente assim na nossa política.

A PÁSCOA, SEGUNDO UM DISTRAÍDO COMO EU

Hoje apetece-me ser do contra e contestar a Páscoa.

Sinceramente, eu não sei como definir a Páscoa, segundo a visão de um leigo espiritual como eu, que acha que tudo o que acontece no mundo acontece porque sim e não porque um qualquer Todo-Poderoso assim o deseja. Um ponto comum a toda a gente no nosso país, sejam eles católicos ou não, é o facto de que todos comem que nem umas bestas ao longo de três dias.

Poderia ser um princípio, mas considero que cai um bocadinho mal se um dia um jornalista da TV me apanhar na rua e me perguntar "O que é para sí a Páscoa?", e eu responder "É um fim de semana em que todos comemos que nem uns trogloditas!" (o termo "bestas" na TV seria ainda mais pesado e desconexo com o contexto que se vive nesta época).

Assim, procurei debruçar-me sobre alguns factos interessantes relacionados com a Páscoa. E desde logo salta à vista o símbolo pagão da Páscoa: o coelho. Tendo em conta que a Páscoa marca o fim da Quaresma, o coelho até poderia ser um bom símbolo se no domingo de Páscoa fosse tradição comer-se coelho, como sinal do início da época em que se pode devorar carnunça. Não é! Mais confuso ainda, o Coelho da Páscoa distribui ovos, o que além de deixar as galinhas severamente chateadas, é algo que não condiz muito com o espírito de sacrifício com vista à salvação dos outros que vem na Bíblia, porque no fundo o coelho dá ovos ao pessoal para salvar a sua pele!

"Tomem, tomem ovos bonitos e suculentos! Devorem galináceos e deixem os felpudinhos saltitões na paz do Senhor! Regalem-se com os embriões dos bichos das penas e deixem-me viver e procriar até mais não!"

Isto leva-me a pensar num outro facto interessante, este mais bíblico, histórico e menos folclórico: a morte e ressurreição de Jesus Cristo. Todos nós sabemos como funcionavam os registos de nascimento há uns 50 anos atrás, pois não nos são estranhas histórias de conhecidos e até parentes que nasciam a um determinado dia e só eram registados um mês depois (ou mais). No entanto, a data de nascimento de Cristo é clara para todos: 25 de Dezembro de -1 A.C.. Bem sabemos que os judeus e os romanos já eram povos avançados na altura, mas não deixa de ser um pouco estranho que o José se tenha deslocado ao Registo Civil lá da zona e registado o filho de Deus sem problemas... há 2010 anos atrás.

Agora pergunto: tendo em conta esta eficiência e o rigor burocrático do nascimento do homem que revolucionou a maneira de pensar das pessoas da época, serei eu o único que ache estranho que o dia em que:

• Morreu crucificado o Salvador dos Judeus, não-reconhecido pela sua gente, mas cujo legado ficou para todo o sempre;
• A sua caminhada foi presenciada por quase toda a população de Jerusalém;
• Teve direito a uma audiência, qual tribunal, com Pôncio Pilatos, governador romano, onde esteve a assistir uma mole de gente, entre Fariseus e outros populares;
• E três dias depois o homem levanta-se do túmulo e aparece aos seus discipulos.
  

Como raio é que um dia destes é definido como uma sexta-feira qualquer e um domingo qualquer num qualquer calendário e não se saber, de facto, o dia do mês em que o Cristo foi tratado abaixo de cão?! E o dia em que ele se levantou dos mortos?! Sabem com exactidão quando nasceu mas fazem uma pequena ideia de quando morreu, pois foi um dia qualquer de Primavera em que Jerusalém parou?

Tudo isto custa muito a perceber...

QUANDO O PONTA-DE-LANÇA SE TORNA GUARDA-REDES

Quem não se lembra de um célebre jogo na época 1992-93 em que o Paulo Sousa, na altura no Benfica, foi para a baliza? O Benfica vencia o Boavista no Bessa por 3-1 e o Neno faz penalti, sendo expulso. O Benfica não tinha mais substituições para fazer e a fava de calçar as luvas calhou ao Paulo Sousa. O Boavista marcou de penalti o 3-2 mas não conseguiu empatar, graças ao espírito de sacrifício dos jogadores do Benfica em segurar a sua baliza e... ao Paulo Sousa, que fez ainda uma grande defesa a remate de fora da área.

Ontem à noite em Alfornelos, jogo em atraso da Liga Fantástica. O FLX defrontou o HS Decor, bi-campeão em título e ainda na luta pelo tri-campeonato. O Guilhas está lesionado e o André, GR substituto, não pôde comparecer por motivos profissionais. Dos seis jogadores disponíveis, um tinha de ir à baliza: calhou-me a fava...

Resultado: 3-2 para o FLX! Tal como o Benfica de 1992/93 no Bessa, com a excepção que estivémos a perder por 0-1 e 1-2. Apesar de ser o Keeper de serviço, ainda deu para levar a bola e fazer a assistência para o golo no contra-ataque do 1-1. O resto foi defesas, estiradas, manchas e indicações como se fosse um guarda-redes experiente, coisa que estou muito longe de o ser.

É fascinante o poder que a concentração e o sentimento de protecção têm sobre uma pessoa. O facto de ter vestido o fato de treino sobre o equipamento tradicional deu-me uma sensação de protecção face aos remates que não tenho quando vou à baliza nos treinos, naquelas trocas de 5 minutos. Isso propocionou que me atirasse pelo ar, de "carrinho" e rojasse pelo chão como nunca... no fundo, como um guarda-redes. A concentração pré-jogo, com um aquecimento especializado para as articulações e focalização na forma como abordar a bola fizeram o resto. Naquela hora, eu via-me como uma parede e nada passaria por mim. E a cada lance que defendia, a confiança aumentava.

Em suma, foi uma noite de glória para o FLX e de dever cumprido para mim. Quem diria que aqui o avançado faria uma das melhores exibições da época na posição oposta do campo?